No Poker e na Vida: Às vezes precisamos jogar o All In #07

9 de junho de 2020

Poker e All In

Confesso a vocês que sei pouco sobre Poker, em matéria de baralho sou bem tupiniquim, meu negócio é Bisca e Buraco.

O que acho interessante no Poker é a jogada All In, a mais temida e arriscada jogada de todas.

Explicando um pouco o jogo, temos os jogadores e cada um possui sua mão de cartas e fichas. O jogo é composto por várias rodadas e consiste em apostas de fichas, até o vencedor ficar com todas.

Vamos deixar outras complexidades de fora para vocês entenderem melhor.

O All In é a jogada mais arriscada do Poker, pois você aposta todas as suas fichas em apenas uma rodada, então se perder, sai automaticamente da partida.

Essa jogada obviamente não é usual.

O All In da vida real

Jogando poker

Falo com orgulho para vocês, eu joguei o All In de verdade.

Trabalhava em uma empresa com Marketing Digital, e conciliei por um ano com a loja online que havia criado.

Minha primeira experiência foi junto com um sócio, e depois de algum tempo acabamos seguindo “carreira solo”.

Bati na trave mais que qualquer atacante ruim que você conheça.

Esse papo de que “se não tem tempo meio de semana, aproveita o fim de semana” é conversa pra boi dormir, a rotina é muito cansativa.

O que eu fiz primeiro foi tentar conciliar.

E nesse período, aos poucos fui juntando uma grana para sair da empresa.

Queria ter dinheiro para sobreviver por um tempo, e investir no meu próprio negócio, que envolvia compra de domínio de site, compra de produtos com fornecedores, investimento em anúncios online, etc.

Meu planejamento era sair na virada de 2019 para 2020, após receber meu 13º e ficar mais “confortável”.

Mas outubro chegou e não aguentava mais essa rotina.

Havia pensado em sair em setembro mas minha chefe me convenceu a ficar e tentar mais um pouco.

Outubro foi o mês decisivo, eu cheguei no meu limite mental e físico, minha mãe tentava me aconselhar a ficar até o fim do ano mas acabou apoiando minha decisão.

Então, finalmente pedi demissão.

Naquele momento, não me interessava nenhum dinheiro do mundo, minha ideia era sair e tocar a minha loja.

Foi o momento do “All In”.

O dinheiro foi menos do que planejei mas era o suficiente, e a saída da empresa fez com que me dedicasse 100% na loja.

Agora já não havia mais volta, era dar certo e ponto final.

Me sentia preparado, mas não havia doado tudo que podia, e sabia que era exatamente o que faltava.

Martelei um pouco, mas em dezembro comecei a ter meus primeiros resultados, e em pouco tempo já ganhava mais do que na empresa.

Perceba que o meu “All In” teve o mínimo de planejamento, ou seja, apostei todas as minhas fichas sim, mas só o fiz porque minhas cartas estavam boas no momento.

Apostar montanhas de dinheiro em um negócio, ou pedir demissão sem um plano bem estruturado, isso já é loucura.

Todo negócio para dar certo, precisa de total dedicação, mas nem sempre temos o luxo de pedir demissão sem mais nem menos, ainda mais se você tiver pessoas que dependem de você.

Conciliar é muitas vezes necessário.

Queime a ponte após atrevessar

Ponte

Como o All In , outra frase que guardo é, “queime a ponte após atrevessar”, e segue o mesmo principio, pois em certas situações da vida, temos que tirar alternativas que nos façam recuar.

Ao atravessar a ponte e depois queima-lá, você não poderá voltar para a sua zona de conforto, terá que ir para o outro lado, atrás do desconhecido.

Sabendo que voltar não é mais possível, você fará isso de forma muito mais determinada, pois sabe que a única opção é avançar.

E foi o que eu fiz.

Saiba a hora certa do jogo para lançar o All In. Se você possui as cartas certas e acredita no sucesso, aposte todas as suas fichas e vá em frente!

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Gostaram da analogia? Digam nos comentários se vocês deram alguma vez o genuíno “All In da vida real”.

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Por TIAGO VALENTE.

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Digita e Posta #07

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